Os Sacramentos (Catecismo 210 -1659)

Introdução

Os sacramentos foram instituidos por Cristo e são sete: o Batismo, confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção do Enfermos, Ordem e o Matrimônio. Os sete sacramentos atingem todas as fases da nossa vida. Dão à vida de fé do cristão origem e crescimento, cura e missão.

 

1. O que é Sacramento?

É lembrança de coisas sagradas. É um sinal, gesto e palavra que torna perceptível, sensível, visível, audível a presença de Cristo invisível. Quer dizer como Jesus não pode mais encontrar-se conosco visivelmente, com sua pessoa histórico-humana, Ele se torna visível, indica sua presença através dos sinais. Assim, quando se realiza um Sacramento o Sinal por Ele instruído temos a certeza que Ele está se comunicando conosco, está entrando em nossa vida e assim comunicando-nos a Vida Nova da Graça, sua vida divina.

Os sacramentos se dividem em:

– Sacramentos de iniciação cristã: Batismo, Eucaristia e Confirmação.
– Sacramentos de cura: Penitência e Unção dos Enfermos.
– Sacramentos de serviço: Matrimônio e Ordem.

O encontro com Jesus pelos Sacramentos

 

 

Batismo
 

 

 

Jesus vem ao encontro do homem com o Batismo para fazê-lo nascer para a graça: torna visível, através de um sinal, sua dignidade de filho de Deus e participante da vida divina, da Vida Nova trazida por Cristo. Constitui-o herdeiro de Deus, co-herdeiro com Cristo, membro vivo da Igreja, comprometido com o Plano de Deus; torna-o participante da missão sacerdotal-profética e régia de Cristo; infunde-lhe as sementes da Fé, Esperança e Caridade; torna o homem templo da Santíssima Trindade.

Fundamentação bíblica: Mt 3,13-17; 28, 19-20; Jo 3, 1-8; At 8,36-37; Rm 6,3-11; Gl 3,26-27;

 

 

Crisma ou Confirmação
 

 

 

O homem já adulto responde à realidade do Crescimento que acontece no sacramento do Crisma (ou confirmação do Batismo). Com a graça especial do Espírito Santo para que o cristão adulto possa defender sua fé; é força do Espírito Santo para as lutas na vida, na vivência e proclamação do Plano de Deus; força, coragem para denunciar tudo o que está contra o Projeto de Deus. É a mesma força dos apóstolos e mártires cristãos de todos os tempos.

Fundamentaçõa bíblica: At2,1-11; 8,14-17;19,1-7

 

 

Confissão
 

 

 

Mesmo adulto, o homem percebe suas limitações, sente-se de modo especial na luta pelo bem, ao fraguejar nas virtudes, ao novamente dizer Não ao plano de Deus, quando acontece o Pecado… Aí, vem-lhe Cristo ao encontro, Amigo como nunca, feito gente para entender de gente.. Vem ao encontro com o sacramento de maior bom senso que poderia ter instruído: a Penitência ou Confissão, a Reconciliação. Tão adequado às realidades, às necessidades do homem, esse é o sacramento do amor Misericordioso de Jesus, que estende a mão ao homem para levantá-lo e reanimá-lo na caminhada.

Fundamentação bíblica: Mt 16, 18-19; Jo 20,23

 

 

Ordem
 

 

 

Cristo é o único sacerdote. Porém, ele “fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, meu Pai (Ap 1,6). São Pedro dizia que a comunidade cristã é um “sacerdócio santo, sacerdócio real”(I Ped 2,5.9). Portanto, pelo batismo, fomos todos unidos a Cristo sacerdote, e oferecemos a Deus o universo inteiro como sacrifício de louvor. Quem é batizado participa do sacerdócio comum dos fiéis, ou seja, une-se a Cristo sacerdote na oferta e no louvor a Deus. Aqueles que receberam o sacramento da ordem, além de participarem do sacerdócio comum dos fiéis, fazem parte do sacerdócio ministerial, ou seja, são ministros qualificados de Cristo para dirigir a Igreja, presidir a comunidade e administrar os sacramentos. Através da sua ação mostram a presença de Cristo na comunidade.

 

 

Unção dos enfermos
 

 

 

O homem chega ao fim da fase terrena da sua vida. Nos momentos em que as doenças sérias ameaçam levá-lo, aí o Cristo Amigo vem para o último Encontro, aqui na terra, como sacramento da Unção dos Enfermos. O último gesto libertador de Cristo.

O sacramento da Unção dos enfermos é conferido às pessoas acometidas de doenças perigosas, ungindo-as na fronte e nas mãos com óleo devidamente consagrado. Se o enfermo que recebeu este sacramento recobrar a saúde, pode, em caso de recair em doença grave, receber de novo este sacramento.

Fundamentação bíblica: Mc 6,13; Tg 5,14-15

 

Participação na Santa Missa – Os Sacramentais o Ano Liturgico (Cat. 1601 – 1658 e 1136 – 1186)

A partir deste ponto queremos darcontinuidade a explicação sobre sacramentos e mostrar a nossa caminha liturgicamente dentro da Igreja vivendo cada tempo santo celebrado, assim também como conhecer os sacramentais.

 

 

Matrimônio
 

 

 

O gesto de um esposo e de uma esposa de se doarem e de formarem família é sinal do amor de Deus para a humanidade. Portanto sacramento.

Deus, como Pai, repartiu com o homem sua própria natureza divina, fazendo-o seu filho; como Criador, continuará repartindo Amor com o Homem. Mas agora associa-o ao seu poder criador: abençoa a união do homem e da mulher e fá-los viver o Amor, possibilitando a multiplicação do gênero humano. O homem casa-se.

Aí vem o Cristo ao encontro do homem nesse acontecimento, com o sacramento do Matrimônio, lembrando que a união do homem e da mulher, é sinal da união de Cristo com sua Igreja (EF 5,21-31). É o sacramento que abençoa e consagra a união do homem e da mulher num contrato sagrado e indissolúvel(Mt 19,4), para se amarem, procriarem e educarem seus filhos. A graça sacramental ajudará a ambos e os filhos a se santificarem e construírem o Reino do Plano de Deus.

O novo casamento dos divorciados ainda em vida do legítimo cônjuge contraria o desígnio e a lei de Deus, que Cristo nos ensinou. Eles não estão separados da Igreja, mas não tem acesso à comunhão eucarística. Levarão a vida principalmente educando seus filhos na fé.

O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso , o lar é chamado, com toda razão, de “Igreja doméstica”, comunidade de graça e de oração, escola das virtudes e da caridade cristã.

Fundamentação bíblica: Gn 2,18; Mt 29,4; Ef 5,21-31; I Cor 7,1-7, I cor 13, Cl 3,18ss; Ef 6,1.

 

 

Sacramento da Eucaristia (Cat 1322 – 1405)
 

 

 

Para alimentar a vida que lhe corre nas veias, o homem deve alimentar-se diariamente. Assim também: para alimentar a vida divina da Graça, o Filho de Deus necessita de um alimento adequado. Eis mais um encontro para alimentar o amor: o sacramento da Eucaristia.

Sacramento através do qual Cristo reúne os irmãos à sua mesa para alimentá-los com o néctar do Amor, onde Ele, pessoalmente, está presente e se dá como alimento.

Na Eucaristia, como Sacrifício (Missa), Ele reatualiza o maior ato de amor jamais conhecido: quando morreu por nós. Dá-se como alimento, fica presente em nossos sacrários, para se tornar o amigo de qualquer hora.

A Igreja sabe que adora, o Senhor vem na sua Eucaristia, e que ele está, no meio de nós. Contudo esta presença é velada. Por isso, celebramos a Eucaristia, aguardando a bem-aventurada esperança e a vinda do nosso Salvador Jesus Cristo, (Tt 2,13).

Desta grande esperança, a dos céus novos e da terra nova nos quais habitará a justiça (2 Pd 3,13), não temos penhor mais seguro, sinal mais manifesto do que a Eucaristia, Com efeito, toda vez que é celebrado este mistério, “opera-se a obra da nossa redenção” (LG 3) e nós “partimos um mesmo pão, que é remédio de imortalidade, antídoto não para a morte, mas para a vida eterna em Jesus Cristo” (Sto. Inácio de Antioquia)

Fundamentação bíblica: Jo 6,22-71; Mt 26, 26-28; Mc 14, 22-25; Lc 22, 19-20; I Cor 11,23-25.

 

Os sacramentais (Cat. 1667 – 1676)

” A santa mãe Igreja instituiu os sacramentais, que são sinais sagrados pelos quais, à imitação dos sacramentos, são significados efeitos principalmente espirituais, obtidos pela impetração da Igreja. Pelos sacramentais os homens se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e são santificadas as diversas circunstâncias” (SC 60).

3.1. Os traços característicos dos sacramentais

São instruídos pela Igreja em vista da santificação de certos ministérios seus, de certos estados de vida, de circunstâncias muito variadas da vida cristã bem como do uso das coisas úteis ao homem.

Compreendem sempre uma oração, acompanhada de determinado sinal como a imposição da mão, sinal-da-cruz ou aspersão com água benta.

3.2. As diversas formas de sacramentais

Toda bênção é louvor de Deus e pedido para obter seus dons. Em Cristo os cristãos são abençoados por Deus, o Pai ” de toda a sorte de bênçãos espirituais” (Ef 1,3).

Certas bênçãos têm um alcance duradouro: têm por efeito consagrar pessoas a Deus e reservar para o uso litúrgico objetos e lugares:

– bênçãos de pessoas (consagração): a bênção do abade ou abadessa de um mosteiro, a consagração das virgens, etc.

– bênçãos de objetos: podemos citar a dedicação ou a benção de uma Igreja, ou altar, a benção dos santos óleo, de vasos e vestes sacros, de sinos, etc.

Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus, que uma pessoa ou objeto sejam protegidos contra influência do maligno e subtraídos a seu domínio, fala-se de Exorcismo. Jesus o praticou (Mc 1,25s), é dele que a Igreja recebeu o poder e o encargo de exorcizar (Mc 3,15; 16,17). Sob uma forma simples é praticado durante a celebração do Batismo.

O exorcismo solene, chamado “grande exorcismo”, só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do Bispo.

 

Conclusão

Os sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos, mas pela oração da Igreja preparam para receber a graça e dispõem à cooperação com ela.

 

Fonte: http://www.comshalom.org

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